Wednesday, July 27, 2011

Cametá-Belém, viagem de volta

Cametá-Belém, viagem de volta
Mais um dia que acordo cedo, porém não me atrevo a levantar
 Deitado, todo enrolado, numa rede lá na sala de estar.
Na casa da vovó tem só um quarto, mas não dava pra deitar.
 Nas duas camas que lá estavam onde dormem o pessoal de Cametá.

Não demora muito e meu tio cachimbo ou cambira
Vem chegando pelo rio no barquinho que ele tinha.
Todos já de pé, tomados café, prontos para viajar
E eu deitado, todo enrolado, numa rede lá na sala de estar.

Minha tia então resolveu me avisar: “Menino levanta logo e vai se arrumar”
 “O cachimbo, o Cambira, aquele que vinha acabou de chegar”.
 ”É ele que vai te levar daqui do sítio, o interior para a cidade do mapará, Cametá”.
Daí, respondo com a mão fazendo legal dizendo que entendi,

Mas fechei os olhos quando ela disse:
“Oh vontade de levantar”
“você deitado, todo enrolado, numa rede na sala de estar”.
E no vai e vem das malas, o pessoal se despede:

“Até logo vovó, já vamos papagaio, tchau Cametá”.
“Subiremos o rio de boa esperança para Belém do Pará”.
Bom, eu tinha mesmo que levantar.
Minha mãe de repente apareceu me chutando da rede mandando não gritar.

E assim, eu aqui termino uma história que vivi...
Deitado, todo enrolado, numa rede... Naquela sala de estar.
Mano-Poeta

Saturday, July 2, 2011

O iniciante Veterano

     
O iniciante veterano


Um pouco mais de um ano
Conheceu uma camponesa
Acabou se apaixonando
Sua força, sua fraqueza.

Uma guerra pra ganhar
Mil preocupações em sua cabeça,
Mas no fundo, lá no fundo...
Ganhar? Só o coração da camponesa.

Tentou de todas as maneiras
Mostrar àquela moça
Que tudo o que sentira
Era de imensa força.

Novidade nesta Grécia
Perturbado estava esse amante,
Pois sendo um veterano na guerra
No amor um iniciante.

A camponesa demonstrava afinidade,
Mas apenas amizade
Porque seu coração
Já tinha dono.

Emboscada!
No campo de batalha
Muitos não irão pra casa
Dentre poucos estava ele, de sorte aguçada.·.

 Surpresa foi o cavalo
Um enorme coice este lhe deu
Na despreparada fortaleza
Que em ruinas sucedeu.

Desiludido com a derrota
Resolveu se exilar
Deixando para trás a sua história
Começou a caminhar.

Muitos meses se passaram
E pouca coisa foi alterada
Quando seus ouvidos escutaram
Uma notícia o alegrara.

Existia um ferreiro na sua antiga cidade
De poucos bens, de poucas riquezas.
Mas tinha tudo, era rico e não sabia.
Era o dono coração da camponesa.

Acabou se envolvendo
 Com uma quarentona
Desde então está vivendo
Debaixo de sua sombra.

Rejeitada estava agora
Que pena, já era hora.
Agora o guerreiro volta à cidade
Aquela derrotada, Troia.

Quem sabe ela o aceita agora
Fazê-la feliz é sua meta
Depois da derrota de Tróia
Apenas ela que lhe resta.

Disposto a tudo
Ele está de volta
Falando como mudo:
"Viva! Não permaneça morta."

"Não tenha medo de viver"
"Para viver tem que esquecer"
"Aquele ferreiro do passado"
"Suas lágrimas não merece ter."

"Limpe seus olhos para enxergar"
"Aquele que te ama e te adora"
"Não seja teimosa em esperar"
"Algo do ferreiro idiota.”

"Olhar para frente"
"Vivendo o presente"
"Esquecendo o passado"
"Que já está amarrotado"

"Você merece muito mais"
"Muito mais que um ferreiro"
"Merece um guerreiro"
"Que te esquente nas noites frias como gelo...”.

Oh... Enredo de tamanha magia
A emocionante batalha da vida.
Camponesa, mulher jamais esquecida.
Amor para todo sempre, querida.

E no desfecho procede ao romance
A camponesa leva a vida adiante
Para longe do guerreiro, o amante.
Que sendo o veterano na guerra
No amor um iniciante.